segunda-feira, 16 de abril de 2012

Joaquim Pessoa. - POEMA SEXAGÉSIMO QUINTO

 

Terei de escolher entre mim e eu
para gostar de ti? Saber se é o homem,
se o poeta, que te ama? Quem toca a cítara,
toca o teu corpo, arde à temperatura
da poesia, da música, da carne.

Caminho com as palavras do poeta,
como pombas, arrulhando os meus ombros.
O poeta observa-me e abana a cabeça,
pois a literatura não é mais que uma verdade
tão crua e tão dúbia que parece mentira.

in GUARDAR O FOGO, a publicar.

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