quinta-feira, 13 de abril de 2017

Ary dos Santos - Memória de Adriano

*  Ary dos Santos

Nas tuas mãos tomaste uma guitarra.
Copo de vinho de alegria sã
Sangria de suor e de cigarra
Que à noite canta a festa da manhã.

Foste sempre o cantor que não se agarra

O que à Terra chamou amante e irmã

Mas também português que investe e marra
Voz de alaúde e rosto de maçã.

O teu coração de oiro veio do Douro

num barco de vindimas de cantigas
tão generoso como a liberdade.

Resta de ti a ilha de um Tesouro

A jóia com as pedras mais antigas.
Não é saudade, não! É amizade.

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